4 de fevereiro de 2005

Fármaco pode ter indicação para todas as fases da doença de Alzheimer


Fármaco para doença de Alzheimer foi proposto para aprovação no tratamento de todas as fases da patologia. Um tratamento adequado e atempado pode proporcionar aos doentes uma maior esperança de vida, com mais qualidade. Lisboa, 18 Janeiro – A doença de Alzheimer caracteriza-se por um processo neurodegenerativo progressivo, com a destruição dos neurónios, principalmente dos que têm função na memória e na capacidade de aprendizagem. É considerada uma das doenças mais incapacitantes que afectam os idosos. A memantina é um dos fármacos que impede um declínio acentuado e pode adiar as fases mais graves da doença. Recentemente foram feitos mais avanços na avaliação desta substância através de um estudo clínico duplamente cego, com placebo, conduzido nos Estados Unidos e Europa, cujos resultados permitiram propor a substância à aprovação da nova indicação nas fases ligeira e moderada da doença de Alzheimer. A Merz Pharma KGaA, em Frankfurt, anunciou a proposta avançada pela European Medicines Agency no passado mês de Outubro e foi aceite esta semana pela Food and Drug Administration (FDA). “Esta aprovação é um passo importante para pessoas com esta patologia. Podem ter com esta terapêutica, desde o diagnóstico da doença, um tratamento altamente eficaz e muito bem tolerado”, disse Hans-Jorg Mobius, director da Merz e um dos autores do estudo. O estudo com memantina em monoterapia envolveu doentes com doença de Alzheimer nas fases ligeira a moderada, tendo sido confirmada a eficácia, segurança e tolerabilidade do fármaco no tratamento de indivíduos com doença de Alzheimer em fases ligeiras. Nesta altura este é o único fármaco aprovado a nível mundial para o tratamento da doença de Alzheimer nas fases avançadas da patologia, no entanto, se a aprovação for dada, a memantina será o primeiro medicamento indicado no tratamento de todas as fases da doença. Assim, os doentes podem beneficiar, desde o início do tratamento, do melhoramento das suas funções cognitivas, e por consequência de exercer as actividades diárias. Segundo os investigadores, vai deixar de ser necessário alterar a terapêutica durante o decurso da doença.

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